líria porto
a velha árvore
ela própria uma floresta
seu tronco coberto de limo
muito mais largo
que o diâmetro dos nossos braços
sua copa fechada
cujo acesso só era permitido aos pássaros
ou por meio da pesada escada de madeira
deitada rente ao muro
dos sete aos dezessete
vivi a seu redor - treinei pontaria
derrubava com pedras as mangas bourbon
e me lambuzava
de caldo amarelo
peerfume que ainda me habita as narinas
( nesta noite sonhei com haydeé
a vizinha da casa da frente
disse-lhe - é só atravessar a rua)
*
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