sexta-feira, 5 de setembro de 2025

paissandu 44

  líria porto


a velha árvore

ela própria uma floresta

seu tronco coberto de limo

muito mais largo

que o diâmetro dos nossos braços

sua copa fechada

cujo acesso só era permitido aos pássaros

ou por meio da pesada escada de madeira

deitada rente ao muro


dos sete aos dezessete

vivi a seu redor - treinei pontaria

derrubava com pedras as mangas bourbon

e me lambuzava

de caldo amarelo

peerfume que ainda me habita as narinas


( nesta noite sonhei com haydeé

a vizinha da casa da frente

disse-lhe - é só atravessar a rua)


*

Nenhum comentário:

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

Arquivo do blog