líria porto
não quero andar sobre cismas
a mil metros do chão
prefiro a vida pacata
que ata e desata
a rima
*
domingo, 31 de maio de 2009
a caneca (quem tem pena de passarinho - ed. periópolis)
líria porto
todo dia sirvo alguém
café com leite bem cedo
à tarde um chá quentinho
chega a noite – a sopa um caldo
mas ninguém me agradece
e fico muito cansada
a_penas tenho uma asa
se fossem duas arriscava
imitava um passarinho
e vez em quando
voava
*
todo dia sirvo alguém
café com leite bem cedo
à tarde um chá quentinho
chega a noite – a sopa um caldo
mas ninguém me agradece
e fico muito cansada
a_penas tenho uma asa
se fossem duas arriscava
imitava um passarinho
e vez em quando
voava
*
sábado, 30 de maio de 2009
(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - finjo-me esfinge
líria porto
meia lua amor
é tua
a outra metade
dei-a para o compadre
que me beija a boca
quando chegas tarde
da casa da outra
*
meia lua amor
é tua
a outra metade
dei-a para o compadre
que me beija a boca
quando chegas tarde
da casa da outra
*
sexta-feira, 29 de maio de 2009
(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - bebedeira
líria porto
se o amor voltar eu me desvio
escondo-me num fundo de bar
fujo do cio
se o amor me quiser de novo
não me vai encontrar
afundo-me no copo de um bêbado
num cubo de gelo
cubro-me com chope ou uísque
eu me bebo
se o amor vier não vou querê-lo
amor é vício
*
se o amor voltar eu me desvio
escondo-me num fundo de bar
fujo do cio
se o amor me quiser de novo
não me vai encontrar
afundo-me no copo de um bêbado
num cubo de gelo
cubro-me com chope ou uísque
eu me bebo
se o amor vier não vou querê-lo
amor é vício
*
cirrose
líria porto
a vida con_fere-nos
\tim-tim/ por \tim-tim/
(ou adeus viola
faltará fígado para os próximos
drinques)
*
a vida con_fere-nos
\tim-tim/ por \tim-tim/
(ou adeus viola
faltará fígado para os próximos
drinques)
*
quinta-feira, 28 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
valores
líria porto
tributos taxas impostos
o custo de viver é muito alto
oneraram a alegria de propósito
eu quisera ser apenas passarinho
ter meu ninho numa galha
não num poste
*
tributos taxas impostos
o custo de viver é muito alto
oneraram a alegria de propósito
eu quisera ser apenas passarinho
ter meu ninho numa galha
não num poste
*
terça-feira, 26 de maio de 2009
flor de azevinho
líria porto
tem calma bambina
amiga do peito
eu trouxe pra ti
duas luas ao leite
(de andar no corre_dor
passear com marilua
decorei cada passagem
da sua dúvida)
*
tem calma bambina
amiga do peito
eu trouxe pra ti
duas luas ao leite
(de andar no corre_dor
passear com marilua
decorei cada passagem
da sua dúvida)
*
segunda-feira, 25 de maio de 2009
com sol com vento
líria porto
no convento há um console
abarrotado de hóstias
feitas por irmã maria
que trabalha dia e noite
para esquecer o (rai)mundo
*
no convento há um console
abarrotado de hóstias
feitas por irmã maria
que trabalha dia e noite
para esquecer o (rai)mundo
*
impossibilidade
líria porto
sem a palavra devida
igual um barco à deriva
mergulho-me em silêncios
o verso míngua definha
parece agulha sem linha
a sangrar-me impenitente
a busca desesperada
esta procura e o nada
faz calar minha caneta
*
sem a palavra devida
igual um barco à deriva
mergulho-me em silêncios
o verso míngua definha
parece agulha sem linha
a sangrar-me impenitente
a busca desesperada
esta procura e o nada
faz calar minha caneta
*
monturo
líria porto
papel virgem muito branco
encontrei-o em noite escura
escrevi algum silêncio
algum degredo penúria
sem importância de assunto
:
folhas secas
*
papel virgem muito branco
encontrei-o em noite escura
escrevi algum silêncio
algum degredo penúria
sem importância de assunto
:
folhas secas
*
domingo, 24 de maio de 2009
(publicado no livro asa de passarinho - ed. lê) - tédio dominical
líria porto
psiu – passarinho
posso passear em suas asas?
aqui reclamam de tudo
do sol da chuva do azul
do calor do frio de mim
até da macarronada
*
psiu – passarinho
posso passear em suas asas?
aqui reclamam de tudo
do sol da chuva do azul
do calor do frio de mim
até da macarronada
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) palpites
líria porto
toda casa tem paredes
todo caso tem_porão
as conversas têm palavras
todas elas têm desvãos
as pessoas quase sempre
têm bolhas de sabão
do silêncio não te arrisques
a dizer todos os vãos
nem te metas nestas gretas
repletas de sins de nãos
*
toda casa tem paredes
todo caso tem_porão
as conversas têm palavras
todas elas têm desvãos
as pessoas quase sempre
têm bolhas de sabão
do silêncio não te arrisques
a dizer todos os vãos
nem te metas nestas gretas
repletas de sins de nãos
*
reserva
líria porto
um tanto de solitude
silêncio recolhimento
ajuda a quem estuda
a quem escreve
a quem pensa
o mundo vai pelos ares
o povo pula saltita
enquanto as andorinhas
tecem a aurora
e o crepúsculo
*
um tanto de solitude
silêncio recolhimento
ajuda a quem estuda
a quem escreve
a quem pensa
o mundo vai pelos ares
o povo pula saltita
enquanto as andorinhas
tecem a aurora
e o crepúsculo
*
sábado, 23 de maio de 2009
servidão
líria porto
o amor
potro selvagem
fogoso indomado belo
sacudia a crina
saltava obstáculos
empinava-se
era alegre
montaram-lhe o lombo
usaram esporas cabresto chicote
puseram-lhe sela
mordaça
freio
pobre amor –– de puxar carroças
de transportar sofrimento
*
o amor
potro selvagem
fogoso indomado belo
sacudia a crina
saltava obstáculos
empinava-se
era alegre
montaram-lhe o lombo
usaram esporas cabresto chicote
puseram-lhe sela
mordaça
freio
pobre amor –– de puxar carroças
de transportar sofrimento
*
(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - desjejum
líria porto
já passa das oito
um sol vagabundo
lambe o horizonte
vadia como eu
na ânsia de sorver-te
*
já passa das oito
um sol vagabundo
lambe o horizonte
vadia como eu
na ânsia de sorver-te
*
sexta-feira, 22 de maio de 2009
escapa_dela
líria porto
fugiu solteiro
sem paradeiro
apareceu aqui
fingi um susto
y con mucho gusto
lo recebi
*
fugiu solteiro
sem paradeiro
apareceu aqui
fingi um susto
y con mucho gusto
lo recebi
*
pelo correio
líria porto
vou cortar um chumaço de cabelo
amarrá-lo a uma linha amarelinha
colocá-lo numa caixa de madeira
com um beijo de batom
lembrança minha
ao abrires a caixinha de surpresa
se ouvires um soluço um gemido
é a saudade que se fez de sorrateira
aninhada lá no fundo
coitadinha
*
vou cortar um chumaço de cabelo
amarrá-lo a uma linha amarelinha
colocá-lo numa caixa de madeira
com um beijo de batom
lembrança minha
ao abrires a caixinha de surpresa
se ouvires um soluço um gemido
é a saudade que se fez de sorrateira
aninhada lá no fundo
coitadinha
*
disponibilidade
líria porto
sim –– claro
eu te levo
deixo na porta
carrego
ponho no colo
eu te pego
busco de volta
espero
e digo mesmo
eu adoro
sentir teu cheiro
de flor
*
sim –– claro
eu te levo
deixo na porta
carrego
ponho no colo
eu te pego
busco de volta
espero
e digo mesmo
eu adoro
sentir teu cheiro
de flor
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) camuflagem
líria porto
globalizaram a tristeza
os romeus as julietas
perdi minhas sapatilhas
sou o eclipse de mim
ouvidos moucos guria
pendura a dor no guindaste
coração lápide fria
agonia interminável
minh'alma num espinheiro
vou rodar o mundo assim
morto e em frangalhos
coberto por um cetim
tapete vermelho taça
a cor do vinho na face
o disfarce engana a todos
só não tapeia o espelho
não chores por mim não chores
é esse o fim dos tropeços
*
globalizaram a tristeza
os romeus as julietas
perdi minhas sapatilhas
sou o eclipse de mim
ouvidos moucos guria
pendura a dor no guindaste
coração lápide fria
agonia interminável
minh'alma num espinheiro
vou rodar o mundo assim
morto e em frangalhos
coberto por um cetim
tapete vermelho taça
a cor do vinho na face
o disfarce engana a todos
só não tapeia o espelho
não chores por mim não chores
é esse o fim dos tropeços
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) máquinas
líria porto
a voz de um relógio tique-taque
repete sem sotaque a voz do tempo
passamos nossos dias tão iguais
sem sonhos esperanças ideais
e nessas engrenagens
nós morremos
*
a voz de um relógio tique-taque
repete sem sotaque a voz do tempo
passamos nossos dias tão iguais
sem sonhos esperanças ideais
e nessas engrenagens
nós morremos
*
in_verso
líria porto
: mama bambina
é teu o meu peito
(a menina queria dormir)
) ser filho é difícil
mamãe não entende
que tenho o meu ritmo (
*
: mama bambina
é teu o meu peito
(a menina queria dormir)
) ser filho é difícil
mamãe não entende
que tenho o meu ritmo (
*
quinta-feira, 21 de maio de 2009
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) afeto
líria porto
e por falar em canela
panelas e coisas tais
põe uns cravos
ovos batidos
as casquinhas de um limão
leite açúcar derretido
bem fervido fumegante
deixa lá em fogo brando
quero ver se alguém resiste
à ambrosia dos céus
receita inigualável
doçuras de minha mãe
*
e por falar em canela
panelas e coisas tais
põe uns cravos
ovos batidos
as casquinhas de um limão
leite açúcar derretido
bem fervido fumegante
deixa lá em fogo brando
quero ver se alguém resiste
à ambrosia dos céus
receita inigualável
doçuras de minha mãe
*
sexagenários
líria porto
quem sabe eu chorasse
um mar oceano
dele retirasse
o sal desses anos
temperasse a velhice
com mais parcimônia
afinal
quem não sonha?
*
quem sabe eu chorasse
um mar oceano
dele retirasse
o sal desses anos
temperasse a velhice
com mais parcimônia
afinal
quem não sonha?
*
artesã
líria porto
é nômade –– cigana
seu destino zanza pelos quatro
cantos
para apascentar a inquietude
atalhos de su’alma errante
emenda à colcha de retalhos
coágulos de sangue
*
é nômade –– cigana
seu destino zanza pelos quatro
cantos
para apascentar a inquietude
atalhos de su’alma errante
emenda à colcha de retalhos
coágulos de sangue
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) exangue
líria porto
quando se gasta ao largo
algo ou alguém que gostamos
quando se é largado
no lago dos desenganos
a mágoa é grande é amarga
a goela engole engasga
engasta nós na garganta
a lágrima esgota igual água
goteja sangue
*
quando se gasta ao largo
algo ou alguém que gostamos
quando se é largado
no lago dos desenganos
a mágoa é grande é amarga
a goela engole engasga
engasta nós na garganta
a lágrima esgota igual água
goteja sangue
*
quarta-feira, 20 de maio de 2009
ressurreição
líria porto
rio choro choro rio
oceano mar bravio
vago bamba velas soltas
absorvo meus naufrágios
meus sufrágios maus estágios
as pendengas lengalengas
os martírios aflições
e retorno rumo à várzea
qual um rio renascente
meio às matas passarada
esperanças inocências
*
rio choro choro rio
oceano mar bravio
vago bamba velas soltas
absorvo meus naufrágios
meus sufrágios maus estágios
as pendengas lengalengas
os martírios aflições
e retorno rumo à várzea
qual um rio renascente
meio às matas passarada
esperanças inocências
*
a rigor (quem tem pena de passarinho - ed. periópolis)
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) aos tropeços
líria porto
fascinados por sonhos intangíveis
avaliações equivocadas
ultrapassamos os limites da lucidez
descuidamo-nos dos laços
dos compromissos
enveredamo-nos por aí
catadores mendigos
de nós mesmos
*
fascinados por sonhos intangíveis
avaliações equivocadas
ultrapassamos os limites da lucidez
descuidamo-nos dos laços
dos compromissos
enveredamo-nos por aí
catadores mendigos
de nós mesmos
*
terça-feira, 19 de maio de 2009
de lá do muro
líria porto
boneca de folhas
balança sapeca
esfrega o verde
no meio das pernas
a mãe galha velha
nem olha e de costas
peleja com as outras
as folhas mortas
*
boneca de folhas
balança sapeca
esfrega o verde
no meio das pernas
a mãe galha velha
nem olha e de costas
peleja com as outras
as folhas mortas
*
repaginada
líria porto
o que tenho de melhor e de pior
sai pela caneta – greta de alívio
por onde me livro de mim
*
o que tenho de melhor e de pior
sai pela caneta – greta de alívio
por onde me livro de mim
*
colchão de palha
líria porto
à beira de um século
um bercinho de balanço
comprado em segunda mão
embalava minha mãe
e depois os filhos dela
os nove rebentos todos
nossos sonhos e quimeras
quiseram fazê-lo moderno
tiraram-lhe os arcos dos pés
cometeram um quase crime
ficou rijo equilibrado
ali dormiram uns meninos
um sono qualquer
sem asas
um dia busco uma nuvem
faço-o voltar ao que era
a balançar um meu neto
guardo o berço em minha casa
pode ser que nele nasçam
novos versos
e um poeta
*
à beira de um século
um bercinho de balanço
comprado em segunda mão
embalava minha mãe
e depois os filhos dela
os nove rebentos todos
nossos sonhos e quimeras
quiseram fazê-lo moderno
tiraram-lhe os arcos dos pés
cometeram um quase crime
ficou rijo equilibrado
ali dormiram uns meninos
um sono qualquer
sem asas
um dia busco uma nuvem
faço-o voltar ao que era
a balançar um meu neto
guardo o berço em minha casa
pode ser que nele nasçam
novos versos
e um poeta
*
segunda-feira, 18 de maio de 2009
des_enganos
líria porto
erro quanto erro
enquanto acerto
sempre que tento
intento berro
erro nesse verso
naquele inverso
erro quando peço
careço devo
e nada ofereço
erro por teima
cisma queima
erro pelo avesso
poros pelos
erro ao não sê-lo
ao desconhecê-lo
descolar um selo
deslocar um medo
destroncar um dedo
erro
em não decolar
*
erro quanto erro
enquanto acerto
sempre que tento
intento berro
erro nesse verso
naquele inverso
erro quando peço
careço devo
e nada ofereço
erro por teima
cisma queima
erro pelo avesso
poros pelos
erro ao não sê-lo
ao desconhecê-lo
descolar um selo
deslocar um medo
destroncar um dedo
erro
em não decolar
*
brinquedo
líria porto
um pião uma fieira
uma laçada no pino
estico a corda à ponteira
enrolo-a firme sem medo
seguro a linha entre os dedos
e num impulso
atiro-o
:
gira coração
*
um pião uma fieira
uma laçada no pino
estico a corda à ponteira
enrolo-a firme sem medo
seguro a linha entre os dedos
e num impulso
atiro-o
:
gira coração
*
rio do rio que fomos
líria porto
deságuo uma choradeira
depois te sigo inquilina
a requebrar pelas várzeas
rolar pelas tuas margens
meu rio de pouco peixe
a cochilar em teu solo
a derramar no teu colo
meu jeito gueixa
*
deságuo uma choradeira
depois te sigo inquilina
a requebrar pelas várzeas
rolar pelas tuas margens
meu rio de pouco peixe
a cochilar em teu solo
a derramar no teu colo
meu jeito gueixa
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) palacete
líria porto
nessa casa tem cachorro
ao redor tem passarinhos
tem criança a correr solta
na frente tem um jardim
nessa casa tem conforto
tem pai tem mãe nãos e sins
nessa casa tem amor
morador imprescindível
(nessa casa tem malu
carlos eugênio e regina
ali nasceu francisquinho
: rua joão maximiliano
sessenta e um)
*
nessa casa tem cachorro
ao redor tem passarinhos
tem criança a correr solta
na frente tem um jardim
nessa casa tem conforto
tem pai tem mãe nãos e sins
nessa casa tem amor
morador imprescindível
(nessa casa tem malu
carlos eugênio e regina
ali nasceu francisquinho
: rua joão maximiliano
sessenta e um)
*
domingo, 17 de maio de 2009
estufa
líria porto
jamais me esquecerei
do seu corpinho sem vestes
do seu chorinho cansado
intermitente
sem que eu pudesse dizer-lhe
:
minha flor
minha princesa
não precisa ter medo
o pior já passou
*
jamais me esquecerei
do seu corpinho sem vestes
do seu chorinho cansado
intermitente
sem que eu pudesse dizer-lhe
:
minha flor
minha princesa
não precisa ter medo
o pior já passou
*
sábado, 16 de maio de 2009
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) à tona
líria porto
sexta-feira à noite
rio de gente nas ruas
peixes dentro d'água
amigos amantes
letras no canto da língua
mesas nas calçadas
véspera de sábado
tempo de desafogar-nos
de deixar o aquário
*
sexta-feira à noite
rio de gente nas ruas
peixes dentro d'água
amigos amantes
letras no canto da língua
mesas nas calçadas
véspera de sábado
tempo de desafogar-nos
de deixar o aquário
*
sexta-feira, 15 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) cunhã
líria porto
parece uma flor de palha
a moça que me atrapalha
sem cheiro e sem encanto
no entanto igual arraia
enreda em sua saia
o homem que me aquebranta
*
parece uma flor de palha
a moça que me atrapalha
sem cheiro e sem encanto
no entanto igual arraia
enreda em sua saia
o homem que me aquebranta
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) cobiça
líria porto
eu olho a boca de beijo
que sorte daquela moça
a que detém tua boca
e sabe dos teus segredos
aqueles que só revelas
bem debaixo das cobertas
entre suas coxas
eu olho os olhos negros
que sorte daquela dona
a que te olha nos olhos
e sabe dos teus anseios
aqueles que depositas
nas madrugadas de inverno
entre seus seios
eu olho o teu retrato
que sorte daquela zinha
a que me mata de inveja
pelos apelos do corpo
por tua alma que é dela
não minha
*
eu olho a boca de beijo
que sorte daquela moça
a que detém tua boca
e sabe dos teus segredos
aqueles que só revelas
bem debaixo das cobertas
entre suas coxas
eu olho os olhos negros
que sorte daquela dona
a que te olha nos olhos
e sabe dos teus anseios
aqueles que depositas
nas madrugadas de inverno
entre seus seios
eu olho o teu retrato
que sorte daquela zinha
a que me mata de inveja
pelos apelos do corpo
por tua alma que é dela
não minha
*
diálogo
líria porto
a mãe fala
o menino ouve-a
o menino fala
a mãe o escuta
:
fim da peleja
afeto carinho
assim seja
*
a mãe fala
o menino ouve-a
o menino fala
a mãe o escuta
:
fim da peleja
afeto carinho
assim seja
*
(para o livro sem pecado não tem salvação) abracadabra
líria porto
eu trago a palavra
na ponta da língua
lambida sugada
molhada em saliva
se queres sabê-la
beija-me a boca
depois cala o bico
pois isso é segredo
é pacto é acordo
selado com lacre
entre bruxa e corvo
*
eu trago a palavra
na ponta da língua
lambida sugada
molhada em saliva
se queres sabê-la
beija-me a boca
depois cala o bico
pois isso é segredo
é pacto é acordo
selado com lacre
entre bruxa e corvo
*
quarta-feira, 13 de maio de 2009
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) rixas
líria porto
vovó e eu
vivíamos às turras
morena
ciumenta de meu avô
e para implicar comigo
dizia que nós –– as branquelas
éramos molengas malcriadas
e presunçosas
:
eu não deixava por menos
cuspia-lhe marimbondos
(disputávamos o mesmo homem)
*
vovó e eu
vivíamos às turras
morena
ciumenta de meu avô
e para implicar comigo
dizia que nós –– as branquelas
éramos molengas malcriadas
e presunçosas
:
eu não deixava por menos
cuspia-lhe marimbondos
(disputávamos o mesmo homem)
*
terça-feira, 12 de maio de 2009
fiasco (quem tem pena de passarinho - ed. periópolis)
líria porto
não voo
isso me exclui do bando da banda
do ruflar das asas e do rufar
dos tambores
*
não voo
isso me exclui do bando da banda
do ruflar das asas e do rufar
dos tambores
*
(publicado no livro garimpo - editora lê) - remissão
líria porto
metido em papel e tinta
assim um poeta
a r r i b a
d
e
s
a
b
a
*
metido em papel e tinta
assim um poeta
a r r i b a
d
e
s
a
b
a
*
segunda-feira, 11 de maio de 2009
(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - flerte
líria porto
olhava a lua
a lua me olhava
e esse namoro
dispensa palavras
deixa no ar
os silêncios as pausas
dos grandes amores
daqueles que cabem
em quartos minguantes
em espaços mínimos
*
olhava a lua
a lua me olhava
e esse namoro
dispensa palavras
deixa no ar
os silêncios as pausas
dos grandes amores
daqueles que cabem
em quartos minguantes
em espaços mínimos
*
(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - influências
líria porto
dos sete aos dezessete anos
idade das dez razões
vivia perdida entre a sólida casa
da rua paissandu
e o quintal sem vergonha
que descia o quarteirão
em direção à boemia
doutor adhemar dona neném e filhos
do lado do sol
maria-beira-mar borboletas e mariposas
na banda da lua
*
dos sete aos dezessete anos
idade das dez razões
vivia perdida entre a sólida casa
da rua paissandu
e o quintal sem vergonha
que descia o quarteirão
em direção à boemia
doutor adhemar dona neném e filhos
do lado do sol
maria-beira-mar borboletas e mariposas
na banda da lua
*
domingo, 10 de maio de 2009
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) na rua
líria porto
envolto em andrajos
o corpo da vítima
homens mulheres subiam desciam
entravam e saíam dos bancos
das lojas dos carros
e a cena do crime mantinha-se
intacta
(sequer a polícia a ambulância
ou alguém da paróquia)
*
envolto em andrajos
o corpo da vítima
homens mulheres subiam desciam
entravam e saíam dos bancos
das lojas dos carros
e a cena do crime mantinha-se
intacta
(sequer a polícia a ambulância
ou alguém da paróquia)
*
bardo
líria porto
tal qual um menino
procura brinquedos
lá vai o poeta
a tinta as letras
tal qual passarinho
no uso das asas
lá vai o poeta
o voo as palavras
tal qual a canoa
por cima do rio
lá vai o poeta
o remo a rima
tal qual marinheiro
no rumo do mar
lá vai o poeta
a bússola a poesia
tal qual lavra_dor
na lida da terra
lá vai o poeta
:
lavai o sangue
*
tal qual um menino
procura brinquedos
lá vai o poeta
a tinta as letras
tal qual passarinho
no uso das asas
lá vai o poeta
o voo as palavras
tal qual a canoa
por cima do rio
lá vai o poeta
o remo a rima
tal qual marinheiro
no rumo do mar
lá vai o poeta
a bússola a poesia
tal qual lavra_dor
na lida da terra
lá vai o poeta
:
lavai o sangue
*
paus-mandados
líria porto
marionetes dançam riem
ioiôs vão e voltam – à mercê de outros
sem vontade própria
*
marionetes dançam riem
ioiôs vão e voltam – à mercê de outros
sem vontade própria
*
fantasminha
líria porto
vou me mudar não lamento
mas deixarei nesta casa
algo que lhe pertence
mesmo que lixem e limpem
o chão o teto as paredes
a minha lírica
*
vou me mudar não lamento
mas deixarei nesta casa
algo que lhe pertence
mesmo que lixem e limpem
o chão o teto as paredes
a minha lírica
*
sábado, 9 de maio de 2009
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) azulados
líria porto
uma história triste
derramou o mar
nos olhos de clara
para consolá-la
precisei bordar
mil lençóis
d'água
*
uma história triste
derramou o mar
nos olhos de clara
para consolá-la
precisei bordar
mil lençóis
d'água
*
sexta-feira, 8 de maio de 2009
observação
líria porto
como num caleidoscópio
apresentam-nos conforme
os que nos mantêm na mira
como num caleidoscópio
apresentam-nos conforme
os que nos mantêm na mira
(condenam-nos por interesses
não por justiça)
*
*
(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - hóstias
líria porto
as pequenas luas de farinha
roubadas no meu tempo de colégio
podiam ter tempero mas não tinham
seriam mais gostosas com orégano
*
as pequenas luas de farinha
roubadas no meu tempo de colégio
podiam ter tempero mas não tinham
seriam mais gostosas com orégano
*
quinta-feira, 7 de maio de 2009
(peguei o sol no pulo) camões para depois
líria porto
quis ler os lusíadas
a freira lhe disse –– impossível menina
não vais entender patavina
(quem poda uma planta
molda-a à sua imagem
e semelhança)
*
quis ler os lusíadas
a freira lhe disse –– impossível menina
não vais entender patavina
(quem poda uma planta
molda-a à sua imagem
e semelhança)
*
lipoinspiração
líria porto
com todo o zelo que um verso merece
faz-se necessário cortá-lo na carne
lancetar abscessos
sangrar das palavras excessos estridências
deixá-lo direto
o resto
dizê-lo em silêncios
*
com todo o zelo que um verso merece
faz-se necessário cortá-lo na carne
lancetar abscessos
sangrar das palavras excessos estridências
deixá-lo direto
o resto
dizê-lo em silêncios
*
(publicado no livro asa de passarinho - ed. lê) - instrução
líria porto
o rio segue seu curso
e se diploma no mar
*
o rio segue seu curso
e se diploma no mar
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) veneno
líria porto
pelas franjas de cleópatra
marcantônio afunda os olhos
e descobre –– é cobra
(paixões eternas
ocupam o espaço
de um pingo d'água
amores infinitos
têm a duração
de um grito
tudo ou nada
ilusão é o buraco
onde o mundo acaba)
)morte aos românticos(
*
pelas franjas de cleópatra
marcantônio afunda os olhos
e descobre –– é cobra
(paixões eternas
ocupam o espaço
de um pingo d'água
amores infinitos
têm a duração
de um grito
tudo ou nada
ilusão é o buraco
onde o mundo acaba)
)morte aos românticos(
*
ohhh
líria porto
boquiaberta a janela
contempla o entardecer
as caturritas
em grande algazarra
procuram seus ninhos
e as andorinhas
passarinham
*
boquiaberta a janela
contempla o entardecer
as caturritas
em grande algazarra
procuram seus ninhos
e as andorinhas
passarinham
*
feio (quem tem pena de passarinho - ed. periópolis)
líria porto
quem partiu a lua ao meio
colocou freio e arreio
no meu devaneio
*
quem partiu a lua ao meio
colocou freio e arreio
no meu devaneio
*
cadeia
líria porto
das asas que eu tinha
nenhuma voava – as duas
puxavam a sentença
:
canto calado
*
das asas que eu tinha
nenhuma voava – as duas
puxavam a sentença
:
canto calado
*
tapete vermelho
(para maria luiza)
líria porto
sê bem-vinda minha linda
à avenida da vida
essa pista de mão dupla
onde se dá nosso encontro
tua aurora - meu crepúsculo
caminhemos
*
líria porto
sê bem-vinda minha linda
à avenida da vida
essa pista de mão dupla
onde se dá nosso encontro
tua aurora - meu crepúsculo
caminhemos
*
quarta-feira, 6 de maio de 2009
cavalgada
líria porto
vontade arretada chega dar comichão
parece coceira de bicho-de-pé
careço ir ao pasto montar alazão
levá-lo a galope pra lua
de mel
*
vontade arretada chega dar comichão
parece coceira de bicho-de-pé
careço ir ao pasto montar alazão
levá-lo a galope pra lua
de mel
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) mínimo
líria porto
água fresca na moringa
café coado de novo
arroz feijão e farinha
um mexidinho de ovo
escola para os meninos
o futebol dos domingos
a alegria do povo
*
água fresca na moringa
café coado de novo
arroz feijão e farinha
um mexidinho de ovo
escola para os meninos
o futebol dos domingos
a alegria do povo
*
desconserto
líria porto
há dias de tanta chuva
no telhado uma goteira
ela pinga mágoa funda
bem em cima da lareira
a fumaça embaça tudo
passarinho fica mudo
ô vida besta
*
há dias de tanta chuva
no telhado uma goteira
ela pinga mágoa funda
bem em cima da lareira
a fumaça embaça tudo
passarinho fica mudo
ô vida besta
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) garrote
líria porto
fechados em noz
nós cegos
incapazes de ver a luz
tornamo-nos
nós mesmo(s)
casulo e cruz
*
fechados em noz
nós cegos
incapazes de ver a luz
tornamo-nos
nós mesmo(s)
casulo e cruz
*
terça-feira, 5 de maio de 2009
(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - levianas
líria porto
não as vi chegar
ágeis mariposas
que pousam nos bares
nos becos nas bocas
da noite
o sol quando apaga
empurra das casas
uns seres sem rosto
derrama nas ruas
cheiro de suor
a gosma da lesma
deixada no pátio
parece esperma
e escorre
entre as pedras
*
não as vi chegar
ágeis mariposas
que pousam nos bares
nos becos nas bocas
da noite
o sol quando apaga
empurra das casas
uns seres sem rosto
derrama nas ruas
cheiro de suor
a gosma da lesma
deixada no pátio
parece esperma
e escorre
entre as pedras
*
apetite
líria porto
nas borbulhas do desejo
quem não consegue alcançá-la
logo pensa –– a lua é queijo
*
nas borbulhas do desejo
quem não consegue alcançá-la
logo pensa –– a lua é queijo
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) anjo torto
líria porto
era bom era engraçado
espalhar depois juntar
as bolinhas de mercúrio
do termômetro quebrado
ou apontar um espelho
para o raio infravermelho
arder os olhos do mundo
pular muros roubar frutas
caminhar dentro da chuva
esquecer o catecismo
surrupiar as moedas
alugar as bicicletas
jogar a alma
no abismo
*
era bom era engraçado
espalhar depois juntar
as bolinhas de mercúrio
do termômetro quebrado
ou apontar um espelho
para o raio infravermelho
arder os olhos do mundo
pular muros roubar frutas
caminhar dentro da chuva
esquecer o catecismo
surrupiar as moedas
alugar as bicicletas
jogar a alma
no abismo
*
segunda-feira, 4 de maio de 2009
puritanos
líria porto
portadores de pruridos e posturas
perpetuam preconceitos
preconizam punição
praticam pensamentos podres
povoados pelos pelos
pubianos
*
portadores de pruridos e posturas
perpetuam preconceitos
preconizam punição
praticam pensamentos podres
povoados pelos pelos
pubianos
*
ao lui
líria porto
ai minino
ai minino
se ocê visse
a lua qui vi no céu
a lua qui vi no céu
a izibida arrancô o véu
deu um sorriso brejero
deu um sorriso brejero
o sol acordô ligero
ispaiô a purpurina
um galo cantô
ispaiô a purpurina
um galo cantô
os passarim feiz fiu fiu
um cachorrinho latiu
um cachorrinho latiu
e meu coração
sartô
:
deu sede de te chamá
deu fome de te abraçá
de fazê amô
cum ocê
*
babel
líria porto
os poemas pousam breves alçam voo
não detenho em minha mente qualquer tema
as palavras soam a_penas - são aladas
idiomas são problemas
*
os poemas pousam breves alçam voo
não detenho em minha mente qualquer tema
as palavras soam a_penas - são aladas
idiomas são problemas
*
domingo, 3 de maio de 2009
para moacy cirne
líria porto
sangrar o açude
acabar com a sede
verdecer a terra
espalhar nas pedras
o ri(s)o sertanejo
*
sangrar o açude
acabar com a sede
verdecer a terra
espalhar nas pedras
o ri(s)o sertanejo
*
sábado, 2 de maio de 2009
desistência
líria porto
não sabia ser flecha
não queria ser álvaro
foi ao barbeiro
cortou as unhas
os cabelos
fumou
bebeu-se
*
não sabia ser flecha
não queria ser álvaro
foi ao barbeiro
cortou as unhas
os cabelos
fumou
bebeu-se
*
(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - sarro
líria porto
sonhos salivam luxúria
lascívia desejos loucos
corpos suados gemidos
beijos de amor e de gozo
enquanto isso a insônia
empurra e arranha a noite
amassa os lençóis e as fronhas
cospe a saburra do corpo
(com a lua no sovaco
a chuva inunda o sábado)
*
sonhos salivam luxúria
lascívia desejos loucos
corpos suados gemidos
beijos de amor e de gozo
enquanto isso a insônia
empurra e arranha a noite
amassa os lençóis e as fronhas
cospe a saburra do corpo
(com a lua no sovaco
a chuva inunda o sábado)
*
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) olheiras
líria porto
fiz planos e orçamentos
levantei gastos e custos
abri o cofre a gaveta
juntei moedas miúdos
contei o pouco dinheiro
fiquei de lado de bruços
rabisquei o travesseiro
as paredes teto tudo
virei a lua do avesso
medi pesei que absurdo
dormi a noite inteirinha
não tive paz um minuto
*
fiz planos e orçamentos
levantei gastos e custos
abri o cofre a gaveta
juntei moedas miúdos
contei o pouco dinheiro
fiquei de lado de bruços
rabisquei o travesseiro
as paredes teto tudo
virei a lua do avesso
medi pesei que absurdo
dormi a noite inteirinha
não tive paz um minuto
*
(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - solitas
líria porto
solteironas beatas viúvas
varam as noites
como a lua
solteironas beatas viúvas
varam as noites
como a lua
*
sexta-feira, 1 de maio de 2009
consumição
líria porto
por fim a loucura teceu no meu verso
o avesso da jura a agrura e a febre
então pus compressa e a dor que supura
deixou escapar o silêncio
(perdi-me de mim do meu serafim
das cousas das causas de ti e de tudo
até das sombras e dos fantasmas)
*
por fim a loucura teceu no meu verso
o avesso da jura a agrura e a febre
então pus compressa e a dor que supura
deixou escapar o silêncio
(perdi-me de mim do meu serafim
das cousas das causas de ti e de tudo
até das sombras e dos fantasmas)
*
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(líria porto)
*
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(líria porto)
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é passarinho
(líria porto)

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