líria porto
eu tenho a boca suja mas mãos limpas
mando à puta que pariu fico com raiva
reconheço que errei peço desculpas
o que tenho a dizer digo na cara
eu não conto os segredos do ex-amigo
não deduro companheiro nem a pau
e nem julgo o que fez os seus motivos
cada qual sabe de si e ninguém mais
falo não falo talvez e falo sim
faço silêncio se preciso preservá-lo
quero distância é dos donos da verdade
eu não temo a solidão – prefiro assim
a caminhar na caravana dos fingidos
dos que sorriem e nos furam com punhal
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