líria porto
o rio caminha caminha
alcança o destino mas fica onde estava
um rio não larga as origens
embora se perca nas águas salgadas
a sede do rio
não cede
*
sábado, 31 de julho de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
pânico
líria porto
um tsunami no peito
um terremoto nas pernas
o sangue vira sorvete e os nervos
fios elétricos
*
um tsunami no peito
um terremoto nas pernas
o sangue vira sorvete e os nervos
fios elétricos
*
quinta-feira, 29 de julho de 2010
cor_tina
líria porto
a lua sobre o_mar
fiquei horas e mais horas à janela
a lua se escondeu atrás da nuvem
ela pensa como eu ser muito antiga
e não deixa que a vejam refletida
:
bobice
(ô lua vaidosa)
*
a poeta hercília fernandes e eu (condecorada) na festa de 51 anos do bar do ferreirinha em caicó - rn
a lua sobre o_mar
fiquei horas e mais horas à janela
a lua se escondeu atrás da nuvem
ela pensa como eu ser muito antiga
e não deixa que a vejam refletida
:
bobice
(ô lua vaidosa)
*
a poeta hercília fernandes e eu (condecorada) na festa de 51 anos do bar do ferreirinha em caicó - rn
quarta-feira, 28 de julho de 2010
inquietude
líria porto
balouça o mar
desde tão longe
não tem sossego
onda após onda
escuto o mar
os seus segredos
o mar não para
não toma tento
vigio o mar
fico à espreita
deixo minh'alma
quarar n'areia
e voo e volto
por mim ficava
porém só durmo
dentro de casa
balouça o mar
desde tão longe
não tem sossego
onda após onda
escuto o mar
os seus segredos
o mar não para
não toma tento
vigio o mar
fico à espreita
deixo minh'alma
quarar n'areia
e voo e volto
por mim ficava
porém só durmo
dentro de casa
*
classe econômica
líria porto
dentro de um turbo barulhento
transportados como carga
ou gado de corte
(pau-de-arara aéreo)
*
dentro de um turbo barulhento
transportados como carga
ou gado de corte
(pau-de-arara aéreo)
*
terça-feira, 27 de julho de 2010
um cheiro pra pituleira
líria porto
vou voltar a caicó
e não vou só
vou chamar de novo a lia
vou levar as outras filhas
meus amigos minha neta
vou de carro de carroça
vou a pé de bicicleta
e se jeito não houver
quando morrer eu retorno
nas asas de um coleirinha
:
e vou pra fazer meu ninho
bem maciinho bem fofo
frente ao bar do ferreirinha
ah
se voo
*
vou voltar a caicó
e não vou só
vou chamar de novo a lia
vou levar as outras filhas
meus amigos minha neta
vou de carro de carroça
vou a pé de bicicleta
e se jeito não houver
quando morrer eu retorno
nas asas de um coleirinha
:
e vou pra fazer meu ninho
bem maciinho bem fofo
frente ao bar do ferreirinha
ah
se voo
*
sexta-feira, 23 de julho de 2010
escrita
líria porto
palavra / quisera destravar
a boca / salivar no céu
da língua / dizer-te
dos obstáculos
calada cega surda concreta absurda abstrata
puta
*
palavra / quisera destravar
a boca / salivar no céu
da língua / dizer-te
dos obstáculos
calada cega surda concreta absurda abstrata
puta
*
quinta-feira, 22 de julho de 2010
(publicado no livro olho nu - ed. patuá) afogados
líria porto
omar me quer
a sua língua
lânguida quente
lambe-me os pés
omar me pede
não se contenta
toca-me as pernas
alcança o ventre
omar se atreve
roça-me o peito
suga-me a boca
o pensamento
amar oh mar
ô morte
l e n t a
*
omar me quer
a sua língua
lânguida quente
lambe-me os pés
omar me pede
não se contenta
toca-me as pernas
alcança o ventre
omar se atreve
roça-me o peito
suga-me a boca
o pensamento
amar oh mar
ô morte
l e n t a
*
quarta-feira, 21 de julho de 2010
o raio de um cajado
líria porto
o pastor de nuvem
apascenta a tempestade
a um quarteirão do mar
o amar aberto
a disposição
e a recusa
*
o pastor de nuvem
apascenta a tempestade
a um quarteirão do mar
o amar aberto
a disposição
e a recusa
*
no ar
líria porto
o mundo
imenso colchão branco sob o firmamento
e nós – sentados quietos calados afivelados
lombrigas solitárias de um pássaro
o mundo
imenso colchão branco sob o firmamento
e nós – sentados quietos calados afivelados
lombrigas solitárias de um pássaro
metálico
*
*
terça-feira, 20 de julho de 2010
eu já vi pedra avoar
líria porto
direto da mão da doida à cabeça do incauto
o sangue foi para o espaço
:
planeta mártir
*
direto da mão da doida à cabeça do incauto
o sangue foi para o espaço
:
planeta mártir
*
perplexo
líria porto
ante a montanha eu me abismo
cismo que sou ave – voo do sopé ao cume
ao meu pé de árvore
*
ante a montanha eu me abismo
cismo que sou ave – voo do sopé ao cume
ao meu pé de árvore
*
segunda-feira, 19 de julho de 2010
se eu sumir num potiguar
líria porto
asas de metal
ir a natal ver
o mar
depois ser_tão
caicó festa de sant'ana
pituleira ferreirinha bibica
chico doido (nina rizzi lavínia)
itans seridó
serra de borborema
ruas e calçadas
de moacy cirne
de hercília
de anna de santana
plantar cactus n'alma
saudades
desconhecidas
*
asas de metal
ir a natal ver
o mar
depois ser_tão
caicó festa de sant'ana
pituleira ferreirinha bibica
chico doido (nina rizzi lavínia)
itans seridó
serra de borborema
ruas e calçadas
de moacy cirne
de hercília
de anna de santana
plantar cactus n'alma
saudades
desconhecidas
*
domingo, 18 de julho de 2010
sábado, 17 de julho de 2010
família
líria porto
nas savanas nas florestas
fêmeas criam filhotes
sem traumas
(papai / mamãe
isso é invenção
do capital)
*
nas savanas nas florestas
fêmeas criam filhotes
sem traumas
(papai / mamãe
isso é invenção
do capital)
*
inseparáveis
líria porto
agarrada a meus pés
sabedora dos meus passos e paradas
a imitar-me – incansável – gesto a gesto
a seguir-me tão discreta tão calada
por curvas e botecos
:
com(o) minha sombra
não estou só(bria)
*
agarrada a meus pés
sabedora dos meus passos e paradas
a imitar-me – incansável – gesto a gesto
a seguir-me tão discreta tão calada
por curvas e botecos
:
com(o) minha sombra
não estou só(bria)
*
la mala educación
líria porto
já vi de tudo na vida
e nada me surpreende
o ovo choca a galinha
o sapo engole a serpente
o rato assusta o gato
o gato rosna pro cão
o cão foge de fininho
e se esconde no porão
esse mundo está virado
ficou de pernas pro ar
pai e mãe curvam a cabeça
deixam o pirralho mandar
quem pariu mateus o embale
ensina o velho ditado
eu não quero nem saber
desse tirano mimado
já avisei minha prole
não caio nesta esparrela
ainda está por nascer
quem me acerte a canela
(santa paciência)
*
já vi de tudo na vida
e nada me surpreende
o ovo choca a galinha
o sapo engole a serpente
o rato assusta o gato
o gato rosna pro cão
o cão foge de fininho
e se esconde no porão
esse mundo está virado
ficou de pernas pro ar
pai e mãe curvam a cabeça
deixam o pirralho mandar
quem pariu mateus o embale
ensina o velho ditado
eu não quero nem saber
desse tirano mimado
já avisei minha prole
não caio nesta esparrela
ainda está por nascer
quem me acerte a canela
(santa paciência)
*
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
quis ser meu dono
líria porto
adoro cabelo comprido
:
se gostas
deixa o teu crescer
deves ficar bonito
que eu prefiro o meu assim
curto
curtíssimo
*
adoro cabelo comprido
:
se gostas
deixa o teu crescer
deves ficar bonito
que eu prefiro o meu assim
curto
curtíssimo
*
mudo de casa
líria porto
dizias-me
esmalte vermelho e batom
não são de bom tom
(então não uses
:
eu abuso)
*
dizias-me
esmalte vermelho e batom
não são de bom tom
(então não uses
:
eu abuso)
*
(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - nudez
líria porto
uma lua branca doida
daquelas que bebem olhos
exasperam santos anjos
mastigam nossos pilares
enlouquecem a espécie
provocou-me a noite toda
fez-me uivar igual um lobo
rolar de um lado a outro
arranhar-me a rósea pele
arrancar os véus as vestes
pular a janela
*
uma lua branca doida
daquelas que bebem olhos
exasperam santos anjos
mastigam nossos pilares
enlouquecem a espécie
provocou-me a noite toda
fez-me uivar igual um lobo
rolar de um lado a outro
arranhar-me a rósea pele
arrancar os véus as vestes
pular a janela
*
matadouro
líria porto
vida corte
sorte víbora
morte
saíra
dor que mói
não tem remédio
*
(saíra - ave de plumagem colorida e brilhante)
vida corte
sorte víbora
morte
saíra
dor que mói
não tem remédio
*
(saíra - ave de plumagem colorida e brilhante)
quarta-feira, 14 de julho de 2010
desabono
líria porto
não me despedi
já foste
e naquele dia
tão lá longe
nem disseste
a_deus
:
em meus ombros
chumbo
*
não me despedi
já foste
e naquele dia
tão lá longe
nem disseste
a_deus
:
em meus ombros
chumbo
*
aquecimento
líria porto
leste oeste
ergam os braços
:
peguem o sol em cima
tragam o sol pra baixo
(ao menos um pedaço)
) a lua fica em minas (
*
leste oeste
ergam os braços
:
peguem o sol em cima
tragam o sol pra baixo
(ao menos um pedaço)
) a lua fica em minas (
*
. hors-concours
líria porto
fulano de tal era o amante
que toda mulher queria
tinha nariz de corvo
dedos de polvo
língua de enguia
:
fulano de tal era o máximo
(nem precisava o cachimbo)
*
fulano de tal era o amante
que toda mulher queria
tinha nariz de corvo
dedos de polvo
língua de enguia
:
fulano de tal era o máximo
(nem precisava o cachimbo)
*
parafusos pe(r)dem porcas
líria porto
giram giram giram
e seus eixos corroídos
fazem-nos trepidar
perder o equilíbrio
*
giram giram giram
e seus eixos corroídos
fazem-nos trepidar
perder o equilíbrio
*
terça-feira, 13 de julho de 2010
bicudos não se beijam
líria porto
um de um lado
um do outro
e no meio
beira o espelho
um profundo
tão estreito
:
esse abismo
*
um de um lado
um do outro
e no meio
beira o espelho
um profundo
tão estreito
:
esse abismo
*
segunda-feira, 12 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
caçapa
líria porto
o
paço
alguns
passos
passos
v
á
r
á
r
i
o
o
s
sempre
no
no
ritmo
da
f
i
l
a
:
vou guardar a bicicleta
vou andar em linha reta
vou ficar muito quieta
vou dizer à minha neta
sou a bola
da
v
é
s
p
e
r
a
s
p
e
r
a
*
quinta-feira, 8 de julho de 2010
cococoricó
líria porto
qual galinha choca
quieta sobre um verso
espero que ele bique
trinque a minha casca
dê sinal de vinda
*
qual galinha choca
quieta sobre um verso
espero que ele bique
trinque a minha casca
dê sinal de vinda
*
infância
líria porto
pés na terra
fogo no rabo
ar de inocência
(todos os elementos
numa só criatura)
*
quarta-feira, 7 de julho de 2010
mudança de hábito
líria porto
eu malhava em ferro frio
e a cada vez que batia
gemia o ferro
eu te amo eu te amo
eu te amo
(meu amor não se importava)
então eu me liquefiz
virei poça lamacenta
despenquei colina abaixo
rumo ao lago assoreado
das pessoas tristes
(mas porém eu reagi)
fui malhar na academia
mudei bem o visual
se aquele amor não me quis
good bye amore mio
vou cantar alto e bonito
(numa outra freguesia)
*
eu malhava em ferro frio
e a cada vez que batia
gemia o ferro
eu te amo eu te amo
eu te amo
(meu amor não se importava)
então eu me liquefiz
virei poça lamacenta
despenquei colina abaixo
rumo ao lago assoreado
das pessoas tristes
(mas porém eu reagi)
fui malhar na academia
mudei bem o visual
se aquele amor não me quis
good bye amore mio
vou cantar alto e bonito
(numa outra freguesia)
*
mamãe era um beija-flor
líria porto
no leito de morte perguntava
quem quer beijo?
(pairamos todos órfãos)
*
no leito de morte perguntava
quem quer beijo?
(pairamos todos órfãos)
*
ávidos
líria porto
um tanto quanto de espanto
um certo desassossego
alguma porção de abismo
alguma (des)ilusão
*
um tanto quanto de espanto
um certo desassossego
alguma porção de abismo
alguma (des)ilusão
*
terça-feira, 6 de julho de 2010
elos
líria porto
a palavra é ponte
entre mim e o mundo
para atravessá-la
posso demorar
ela é sobre o mar
*
a palavra é ponte
entre mim e o mundo
para atravessá-la
posso demorar
ela é sobre o mar
*
sapatos de centopeia
líria porto
inutilidades dão-nos a ilusão de ter
:
quartos de despejo são prisões de ventre
sopro dentro de balões
(coração vazio é buraco
sem fundo)
*
inutilidades dão-nos a ilusão de ter
:
quartos de despejo são prisões de ventre
sopro dentro de balões
(coração vazio é buraco
sem fundo)
*
segunda-feira, 5 de julho de 2010
a_gente é multidão
líria porto
eu me assino
eu me ensino
assassino-me
toco o sino
faço o hino
bato pino
) dina/mito-me (
*
eu me assino
eu me ensino
assassino-me
toco o sino
faço o hino
bato pino
) dina/mito-me (
*
infarto
líria porto
pendurada por um fio
tecia qual uma aranha
a sua própria armadilha
andava sobre o arame
naquela poça de sangue
naquele mal de família
no coração uma lâmina
a dor profunda tacanha
um punhal
o desenlace
*
pendurada por um fio
tecia qual uma aranha
a sua própria armadilha
andava sobre o arame
naquela poça de sangue
naquele mal de família
no coração uma lâmina
a dor profunda tacanha
um punhal
o desenlace
*
domingo, 4 de julho de 2010
à janela
líria porto
todos os dias
na mesma página
outras palavras
no mesmo cenário
outros pássaros
na mesma fresta
outra alegoria
*
entre minhas pedras
líria porto
de pensar rio
sinto cócegas
fio alegre
:
tem nome de peixe
e fartos bigodes
*
de pensar rio
sinto cócegas
fio alegre
:
tem nome de peixe
e fartos bigodes
*
sábado, 3 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
maturidade
líria porto
ao despedirem-se os dias
como se cada momento fosse o instante final
os pores de sol tornam-se gloriosos
a preparar-nos para os últimos delírios
o fogo dos nossos beijos a vibração dos nossos corpos
o calor das nossas palavras
a outonal caminhada na direção do ocaso
*
ao despedirem-se os dias
como se cada momento fosse o instante final
os pores de sol tornam-se gloriosos
a preparar-nos para os últimos delírios
o fogo dos nossos beijos a vibração dos nossos corpos
o calor das nossas palavras
a outonal caminhada na direção do ocaso
*
ex_posto
líria porto
perde o rumo
quebra o eixo
e o vento
atrapalha-o
pede um imã
quer um jeito
rejuntar
sua limalha
) triste sina
ou má sorte
revirar
o cu pro norte (
*
perde o rumo
quebra o eixo
e o vento
atrapalha-o
pede um imã
quer um jeito
rejuntar
sua limalha
) triste sina
ou má sorte
revirar
o cu pro norte (
*
quinta-feira, 1 de julho de 2010
la gioconda
líria porto
lagarta encasulada
atada ao desejo
precisou de asas
atrás do rosto ambíguo
sonrisa melancolica
frisson no corpo rijo
*
lagarta encasulada
atada ao desejo
precisou de asas
atrás do rosto ambíguo
sonrisa melancolica
frisson no corpo rijo
*
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(líria porto)
*
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(líria porto)
*
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