sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

o poeta

líria porto

jogavam palavras fora
catava-as uma por uma

palavras sujas sem lume
limpava-as colava-as todas

e elas – mesmo encardidas
tornavam-se-lhe preciosas

(com elas fazia livros)

então voltava às esquinas
e pedia esmolas

*

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dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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