terça-feira, 3 de novembro de 2009

la nave va

líria porto

caminhei alguns calvários
tive tristeza alegria
desafios desenganos
porém nada permanente
quando a vida vira a página
quando amanhece de novo
o que deve ser será
vive-se

um olhar
um outro canto
o choro outras palavras
eu deixo a porta sem trava
se um amor quiser partir
outro por certo virá
é a vida seu compasso
a medida do possível

eu sorvo cada momento
eu bebo cada gotinha
eu choro rio padeço
repenso minhas fraquezas
aliso as marcas do tempo
deixo a vida dar os passos
voe ou rasteje
prossigo

sofres eu sofro junto
alegro-me quando te alegras
sou aquela caravela
que em plena calmaria
encontrou um outro rumo

se a bonança acabar
voltarem o vento a chuva
um dia chega o estio

haverá amanhãs

*

2 comentários:

Daniel Ricardo Barbosa disse...

Dá vontade de levar "e la nave va" comigo para onde quer que eu vá, e sacá-lo de um papel na carteira para ler e reler a qualquer hora e em todos os momentos...

Úrsula Avner disse...

Lindo, lindo ! Bjs.

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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