terça-feira, 25 de maio de 2010

marginal

líria porto

meu senhor eu não sou digna
de frequentar vosso paço

ponho-me nas cercanias
a espreitar vossos pares

os que registram em papiro
a vossa escrita impensável

meus versos trazem o estigma
a nódoa das concubinas

e vossa casta – tão fina
não pode ser conspurcada

(não mais do que já está)

*

4 comentários:

Unknown disse...

Que delícia, Líria!

Este "literato" é quase um sacramento poético!

Parabéns!

Beijos

Mirze

Juan Moravagine Carneiro disse...

Lindo!

Anônimo disse...

Líria,

Ela é uma menina! Pessoa incrível...

Você tinha que ver os passarinhos de cor azul-metálica, verdes, amarelos e até uma alma-de-gato que acompanharam a tarde na Praça da Liberdade! Se banhavam sem vergonha alguma a nossa frente...

Tarde memorável!

besos!

BAR DO BARDO disse...

mas a tinta ao papel
nos engendra

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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