sábado, 8 de maio de 2010

(para o livro sem pecado não tem salvação) folhetim

líria porto

eu quis mamãe colorida
cabeleira platinada
nas charretes tão bonita
quanto a zape ou a jussara

tivesse ela ancas largas
blusa leve com decote
requebrasse igual sarita
fosse o foco dos olhares

pobre mãe –– sempre discreta
vestidos bege ou cinza
não tinha saias rodadas
e nem joelhos à vista

meus ocos sonhos vadios
eram bocas de batom
queria ser como as putas
faltou-me capacidade

*

3 comentários:

Pâmela Grassi disse...

líria,

em poucas palavras,
o ruído dos instantes

Júlio Castellain disse...

...
Gostei das letrinhas.
Abraço.
...

nina rizzi disse...

será que faltou? e as ancas, lindas? e a cabeleira? e a língua? ah, eu quero ser feita ela, mamadí.

beijos :)

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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