quarta-feira, 3 de março de 2010

tentativa

líria porto

num estalo
        tolo sem estilo
              desisto do tiro

(esta faca cega não te segará)

fumo e depois te dou
a guimba do hollywood



*

poeta de morte
valéria tarelho

[para líria porto]


matei-me
aos poucos
:
atirei rimas
a esmo
bebi do cale-se
do verso
saltei do décimo
andar do ritmo

- sem sucesso -

entre um cigarro
e um porre
a chance
que deu certo
:
ateei poemas
no corpo

*

3 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Genial!
Um brado...silencioSOnoramente.
Um suicidio anunciado, sibila sem agonia ou drama, com leve toque de humor. Quem sabe, passeia sobre temas 'nebulosos' e sim, faz poesia da melhor qualidade.
Você é muito, Liria.
Um abraço e um sorriso

Unknown disse...

Maravilhoso, Líria!

Preciso aprender a matar assim, sem dolo, nem culpa!

Beijos, querida!

Mirse

Batom e poesias disse...

Uma morte mais lenta, sem dúvida...

Vim te conhecer por indicação da Lara Amaral, e ela estava certíssima.
Isso aqui é uma maravilha, Poeta.

Muito prazer.
Rossana

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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