quinta-feira, 19 de agosto de 2010

(publicado no livro olho nu - ed. patuá) vícios

líria porto

I

na taça o vinho
sorria para a boca

e a louca sorvia
sua língua solta


II

saía-lhe fumaça pelas narinas
e as pupilas aprendiam
que a vida é nicotina


III

o corpo - massa amorfa
derrama-se sobre a cama
e permanece
poça

*

6 comentários:

Unknown disse...

todos os vícios, o vício


beijo

Unknown disse...

Amei, Líria!

O vinho não reconhece línguas e loucas.

Beijos

Mirze

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Belo poema, como de costume! ;)

Algumas palavras são frases inteiras, outras são textos, mas há aquelas que são livros e imensos volumes: sussurrar, mordiscar e sorver são exemplos... ;)

Anônimo disse...

Ah, tentador!

Besos.

Sueli Maia (Mai) disse...

E eu me embriago e me lasco com essa tua poesia. Tim Tim...
besos

Renata de Aragão Lopes disse...

Delícia de vício...

Beijo,
Doce de Lira

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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