líria porto
enrolava a saudade
umas quatro ou sete voltas
quase fazia um novelo
enrolava-a mais um pouco
cansava do sofrimento
dava outras tantas voltas
e enrolava a saudade
enrolava-a enrolava-a enrolava-a
para atirá-la ao vento
eis que então ficava preso
a saudade se agarrava
às pontas do seu cabelo
*
terça-feira, 29 de junho de 2010
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4 comentários:
líria, que lindo!
e a danada dessa saudade, novelo que se desenrola preso ao nosso cabelo...
o meu, de tanta saudade, já quase alisou...rs
beijos
"eis que então ficava preso
a saudade se agarrava
às pontas do seu cabelo"
Ótimo poema, Líria. O último terceto agarrou-me. Amei!
Besos,
H.F.
E quem não se cuida se enrosca ou se enrrasca.
melancólica- amarga cólica do mel.
(Ô trocadilho infame!)
Adoro quando a tristeza cai na cilada de teus versos.
exorcisar a melancolia é dom de quem tem pacto com a lua.
besos, querida.
É Líria!
O que fazer com a saudade, senão enrolá-la?
Beijos
Mirze
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