quinta-feira, 24 de junho de 2010

tia faustinha

líria porto

a irmã caçula de meu pai
(foi depois da missa)
recostou-se na parede
pendeu a cabeça
cerrou os olhos
:
num repente abriu as asas
atravessou o quintal o muro a cidade
e sumiu

*

6 comentários:

Anônimo disse...

Oi Líria!
Que alegria receber sua visita!
Eu sempre estou por aqui lendo seus poemas tão lindos. Te conheci lá no Henrique.
Bjs e volte sempre.

Mirze disse...

Líria!

Que linda forma de dizer: "morreu"!

Tenho um amigo que diz: sabe fulana? Tá durinha, durinha!


A sua é mais elegante!

Claro!

Beijos

Mirze

Wilson Torres Nanini disse...

Entrou pela porta da vida, saiu pela porta do sonho.

Líria,

esse realmente me estremeceu. Quem não teve uma "tia" dessas? Me deu uma alegria dolorida. Essa nossa travessia é muito mistério perfumado, não é?

Abraços!

d'Angelo disse...

Uma linda aquarela retratando o outono da vida. Fica a pergunta, Líria, diante da riqueza da sua poesia: o que é maior em você, o talento ou a sutileza? Abraços.

ryan disse...

Não mais liberdade de imprenssa pra ela.

Fontoura. disse...

Simplicidade fascinante!

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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