quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

(publicado no livro olho nu - ed. patuá) rebanho

líria porto

há almas
que marcam nosso corpo
com ferro e fogo

há corpos
que fincam em nossa alma
a eternidade

*

7 comentários:

Primeira Pessoa disse...

nanquim e pergaminho.
pirógrafo e madeira.
ferro em brasa... pele...

as piores cicatrizes estão invisíveis ao olhar.

bjs,
R.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Brindando poesia... Eu iria dizer compartilhando, mas, na verdade, tomo um pouco do espaço :) 'ADD' aqui também...
---------------------------------

FOSSO

De explorar a geografia branca
Algo recurva de teu dorso
E nas tênues covas de tua anca
Demorar-me, resoluto
E tal seja o esforço
Sei que sentes
Quanto luto
Se entre dentes
Com uma rosa afagar-te
O rosto
É a ânsia de assim amar-te
Qual um corso
Porque amar
Ah... amar é fosso!

Francisco de Sousa Vieira Filho
---------------------------------

ÂNSIA

Fome de ti
Sede de ti
Brilham no olhar
Dançam nas lágrimas
Escorrem nas páginas
E mesmo antes
De o solo tocar
Morrem
Ainda no ar

Francisco de Sousa Vieira Filho
----------------------------------

SENTIDO

Das metas tuas, só metades
Se a ti eu peço: traga tudo
É que, por certo, eu trago tudo
Em borrifadas muito fartas
De nuvens extáticas de sonhos
E em longos e massivos haustos
Seguimos desatinando os nós
E por fim desafogamos sós
Dos temores mais medonhos
E assim se vai
A vida

Francisco de Sousa Vieira Filho
----------------------------------

BRASÃO

A solidão ardente prega peças
Intensifica sentimentos poucos
Cria outros sentimentos tantos
Engana, mente e faz pareças
Vagar a esmo pelos cantos

Francisco de Sousa Vieira Filho
---------------------------------

CORPUS CIRCENSIS

Para o amor, eu hei perdido o tato.
Que na peça da vida então me resta,
Se é só o encenar de um simples ato?
Deixar de a tudo antever pela fresta
É como melhor posso resumir o fato.
Se me basta, só, o ardor das meninas,
Adejo pra bem longe todo o fino trato
E me atraco feroz em suas ancas ferinas.

Francisco de Sousa Vieira Filho

Moacy Cirne disse...

preciso
belo

há poemas que:


beijos.

Adriana Godoy disse...

Um poema de marcar a alma e o corpo. Demais. Beijo.

Adriana Riess Karnal disse...

Líria,
que dizer de tua alma de-marcada em voo?

Unknown disse...

Lindo, Líria!

Eh eh ô
Vida de gado..
Povo marcado ehhhhh
Povo feliz!

Tudo que em nós deixa algo marcado, é profundo, embora nem sempre bom!

Beijos

Mirse

nina rizzi disse...

das coisas mais lindas que eu já li
eu reconheci tuas letras nelas
então eu me vi...

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

Arquivo do blog