terça-feira, 27 de outubro de 2009

fragilidade

líria porto

eu não sei que mágoa é essa
eu não tenho olhos d'água
isso é coisa de mulher
homem que é homem não chora
não se queixa não se dobra
homem que é homem aguenta

(não posso mais suportar)

sou um dique um aguaçal
o meu amor foi embora
não devo dar um gemido
há um mar de sofrimento
estampado no meu riso
pobre de mim ai de mim

(sou o cinismo em pessoa)

eu não sei que dor é essa
escorrega pela cara
atravessa fura o peito
sou um cabra de respeito
sou um homem muito macho
não me agacho não me curvo

(deus do céu quero é morrer)

*

Um comentário:

Wilson Torres Nanini disse...

Pode até ser que homem não chora _ ou ao menos não devia rsrs -, mas uma dor represada sempre encontra trincas na parede, ai começa a derruir tudo. A dor independe do gênero, mas seu poema dá um uivo maior. Gostei mto!!!

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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