quinta-feira, 22 de outubro de 2009

troviscos

líria porto

a vida segue a galope
em verdade o tempo venta
e neste piscar de olhos
já tenho mais de setenta

o meu espelho envelhece
depressa fica embaçado
daqui a pouco me esquece
veste pijama listrado

viver é tão de repente
a morte – eterno mistério
em noites de lua plena
não fico triste nem sério

quem quiser dançar comigo
tomar lugar nesta roda
coloque piercing no umbigo
ou cabelos cor-de-rosa

(sujei minhas mãos na terra
entendo os ranços da vida
exceto judiação
miséria fome e injustiça)

*

2 comentários:

Moacy Cirne disse...

O tempo venta
por aqui:
poetar é tão de repente.

Um beijo.

BAR DO BARDO disse...

"viver é tão de repente" -


me empresta preu embrulhar a caixinha de pandora...

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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