quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ébano

líria porto

quando eu nascer outra vez
quero ser negra retinta
e os meus cabelos crespos
deixá-los à carapinha
brancos só mesmo os dentes
e nos olhos azeviche
carregar a minha áfrica
seu sol ardente sua púrpura

quando eu nascer outra vez
vou dançar com o meu povo
no compasso do batuque
e dentro da pele quente
conduzir-me à altura
da cor e da raça esplêndidas
da beleza de ser gente
no coração –– na estatura

*

2 comentários:

BAR DO BARDO disse...

... dança, neguinha, dança!...

Hercília Fernandes disse...

Muito bela a sua deusa de ébano, Líria. Parabéns por mais uma ótima composição!

Obrigada por nos visitar no Maria Clara: simplesmente poesia, sua presença muito nos honra.

Beijos :)
H.F.

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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