terça-feira, 21 de setembro de 2010

companhia limitada

líria porto

para combinarem
precisava ter
sangue cor-de-rosa
(o dele era azul)

comprou a boneca
manequim de loja
com ela mantinha
enormes monólogos

trocava-lhe as roupas
perucas sapatos
e assim se sentia
menos solitário

que vida
    que morte
        que louco
            que fiapo

*

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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