sábado, 26 de dezembro de 2009

peão

líria porto

é de telha de amianto
o quarto do tal caboclo
lá dentro um calor louco
cá fora o desencanto

as paredes sem reboco
a baixa cerca de arame
no almoço pão com salame
na janta sopa com osso

essa tristeza arrastada
essa vontade enrustida
são calos na sua alma
no espinheiro de vida

sonhar não pode não sabe
dorme no fundo do copo
assim se esquece da mágoa
e dos flagelos do corpo

*

Um comentário:

Silenciosamente ouvindo... disse...

Gosto da poesia incluída neste
blogue.
Parabéns.

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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