sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

(publicado em cadela prateada - ed. penalux) - insones

líria porto

a noite roía as unhas
um vento forte zunia
imenso o leito vazio
até a lua minguava
e não havia estrelas

eu tive pena da noite
negro manto de graúna
os piados da coruja
nuvem densa carrancuda
intranquilo céu de piche

uma sirene tocava
os mendigos sem abrigo
os bêbados a madrugada
a rouquidão os gemidos
a noite toda tremia

nem ela nem eu dormimos

*

Um comentário:

nina rizzi disse...

Líria, seu poema fige um pouco do seu próprio estilo, mais longo, a temática (ainda não esqueci o delicioso "neguinho", igualmente fugidio), cara, mamainha, o que digo é: vc consegue se superar, esse iria pro meu "melhores poemas de Líria Porto".

Um beijo, um cheiro, um queijo (nhânnnn)

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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