sábado, 4 de julho de 2009

imposição

líria porto

morria de medo da morte
resolvi matar a morte
sangrei a morte de morte
um punhal fino e cruento
e a morte não morreu

condenei a morte à forca
e a corda que eu usava
com toda a força que tinha
enrolou-se-me ao pescoço
fui eu que quase morri

ofereci-lhe veneno
um copo cheio de morte
a morte bebeu a morte
e a morte não morreu
brincava a morte com o gelo

(existe a lei do mais forte)

*

2 comentários:

BAR DO BARDO disse...

sua morte me deu medo. medo imortal.

Úrsula Avner disse...

Uma obra literária da mais alta qualidade. Bjs.

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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