líria porto
fui formosa desejada
vesti as flores da chita
o coronel me queria
muito luxo pouca estima
arriei o meu cavalo
gostava de liberdade
fugi em noite de chuva
procurei o meu destino
eu ouvi o berro d'água
puxei baldes da cisterna
conduzi carro de boi
tive amores entre as pernas
capinei muita tristeza
plantei lavoura de filho
fiz farinha fiz polvilho
namorei cabo e soldado
fiquei velha antes do tempo
matei cobra cascavel
defendi a vida a tapa
paguei conta de aluguel
a vida passou corrida
sol quente acabou comigo
tenho pele encarquilhada
e uma pobreza infinita
duma coisa sinto orgulho
o que tive nesta vida
meu casebre minhas asas
não foram favor de rico
*
quinta-feira, 21 de junho de 2007
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