quarta-feira, 16 de março de 2011

(publicado no livro garimpo - editora lê) - simplório

líria porto

quis versos rebuscados
repletos de filosofia e sapiência
belas metáforas palavras de boa cepa

mas nasci no cafundó sem eira nem beira
quando muito salpico purpurina
no rabo dos cometas

os olhos do poeta têm cílios de arco-íris
os meus são folha seca

*

6 comentários:

CARLA STOPA disse...

Simplório e lindo por demais...

Vais disse...

Saudações, Líria,
um simplório afiado
folha seca voa mais ao sabor do vento, e quando pisadas ou amassadas nas mãos viram farelos de folhas.

Parabéns a você, pela corujice, ao pequeno Francisco e à mamãe

beijo, poeta por demais.

Júlia Zuza disse...

Líria, quer coisa mais requintada que a simplicidade? É pra poucos e bons!
Mineira boa de verso!

Zélia Guardiano disse...

Lindíssimo, Líria!
A simplicidade é coisa arrebatadora, ainda mais quando revelada pela tua pena...
Abraço.

Úrsula Avner disse...

Lindo poema Líria... Como de costume.... Bj.

Unknown disse...

Se todos os poetas salpicassem purpurina assim, o mundo teria salvação!

Beijos

Mirze

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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