sábado, 28 de março de 2009

pedra-sabão

líria porto

escrevo no peito o vento que passa
o sol a vidraça a chuva a neblina
escrevo no peito o doce a cachaça
o queijo a coalhada o mapa de minas

escrevo no peito as ruas estradas
as flores a praça o laço de fita
escrevo no peito a tarde a alvorada
a lua as estrelas as caturritas

escrevo no peito a terra um jazigo
o chão a florada a serra o jardim
escrevo no peito opalas sem fim

os pais os irmãos as filhas o amigo
o cheiro os costumes a bruma a brisa
depois eu me abraço e fecho a camisa

*

2 comentários:

BAR DO BARDO disse...

quem disse que não sabia fazer soneto???

Ribeiro Pedreira disse...

escrevo no peito um soneto de lírio.

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

Arquivo do blog